quinta-feira, 19 de abril de 2007

Underneath
Por Ana Luisa Lima.


O pouco de alma que tinha,
eu pus dentro de ti,
da parte tua que há em mim,
que é para não se perder.

Porque em ti me encontro, num abraço.
No teu colo.


Descanso.

Tu que me conheces por partes
e o todo.
Revira-me por dentro
e me aquece o corpo.
Conheces o hálito,
o hábito,
os meus jeitos de.

Tu que passeias em mim
com mãos ora dormentes
ora insanas.

Tu que não me amas se.
Tu me amas

apesar de.
Sem pesares.


E basta o teu corpo em mim
que eu te digo: sim.
Deita. Entra. Fica.


Pesa.

Tua epiderme na memória.
E a minha pele dorme (sonha) quando não estás:
molha
como se

(tu)

ainda.

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