quarta-feira, 29 de agosto de 2007

That's No Way to Say Goodbye
Por Júlia Rocha

j'ai senti une douleur très fort dans mon coeur... que je veux le enlever... mais je ne peux pas. et je sens de telle façon ton manque... triste, très triste... et toi aussi loin, beaucoup loin de moi... parce que je t'aime et toi c'est très spécial, que je ne sais pas... volonté de toi à mon côté... parce que je t'aime et je te désire ici... dans ma vie... étant un avec moi.

* Suzanne takes you down to her place near the river.
You can hear the boats go by,
You can spend the night beside her.
And you know she's half crazy,
But that's why you want to be there.
And she feeds you tea and oranges that come all the way from China.
And just when you mean to tell her that you have no love to giveher,
Then she gets you on her wavelength
And she lets the river answer
That you've always been her lover.

And you want to travel with her,
And you want to travel blind,
And you know she will trust you,
For you've touched her perfect body with your mind.

Now Jesus was a sailor, when he walked opon the water
And he spent a long time watching from his lonely wooden tower.
And when he knew for certain, only drownding men could see him,
He said: "All men shall be sailors then, until the sea shall freethem."
But he himself was broken
Long before the skys would open,
Foresaken, almost human,
He sank beneath your wisdom, like a stone

And you want to travel with him
And you want to travel blind
And you think maybe you'll trust him
For he's touched your perfect body with his mind.

Now Suzanne takes your hand and she leads you to the river.
She's wearing rags and feathers from Salvation Army counters.
And the sun pours down like honey on our Lady of the Harbor.
And she shows you where to look, among the garbage and theflowers.
There are heros in the seaweed,
There are children in the morning,
They are leaning out for love,
They will lean that way forever,
While Suzanne holds the mirror.

And you want to travel with her,
And you want to travel blind,
And you know you can trust her
For she's touched your perfect body with her mind.

*Música: Suzanne, de Leonard Cohen.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Do que eu não sei mais
Por Ana Luisa Lima.


E tudo o que tenho em mim é essa sua presença pulverizada. Ele se espalhou por todo o meu corpo e eu não sei mais como juntá-lo, reconstruí-lo, expurgá-lo. Tentei todo tipo de quimioterapia. Xaropes doces de relações infantis. Álcool forte de paixonites agudas. Drogas sintéticas e não-sintéticas – tentativas de amores compactos e vazios.

Tomei tantas pílulas coloridas que o vermelho que corre em minhas veias tornou-se outro. Pelo meu corpo corre uma cor sem graça só por causa do meu desvario.
Do Ser Com.
Por Júlia Rocha.


Dessa pele
Que te rasga a carne
Ossos expostos
E um coração
Pendurado no espeto.

- Olha o coração! Olha o coração!
Coração de Moça:
R$ 1,00 os pedacinhos
Palpáveis de sua alma.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Acontece
Por Ana Luisa Lima.


Toda vez que falava em mudança, nunca era mudança de verdade. As minhas lembranças, eu apenas colocava dentro de novas caixas e as mudava de lugar. Cada vez mais escondidas, empoeiradas. Cada vez mais. O plano era um dia jogá-las fora.

Mas, sempre arrumava um tempo para revisitá-las; colocar mais uma ou duas fotos antes que tivesse vontade de rasgá-las. Junto à poeira: mais uma ou duas fotos, desenhos, discos, livros e cartas.

Juntos. Tudo o que nos diz respeito está guardado junto com minha alma – em algum lugar. Talvez, à espera do lugar, dia e hora exatos. Dia marcado num calendário impreciso. O tempo contado por ponteiros desajustados. Lugar perdido num mapa imaginário.

Enquanto a espera por você não finda, nada em mim acontece.

Acontece que já não sei mais amar.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Cinzas
a Ju Rocha.
Por Ana Luisa Lima.



Ela passou longo tempo sentada no cantinho do terraço que dá para o quintal à espera do quem-sabe-o-quê-?. O relógio fazia o seu trabalho. Marcava o tempo. Mas ela, anacronicamente, em outro mundo, viu seus olhos pesarem. Já sabia, seu olhar se tinha tornado um pouco mais negro.

O semblante caído era o de menos. Tudo que queria era fazer a dor parar. Uma falta de ar. Uma exasperação sem fim. Sem motivo: por aquele motivo de sempre: a falta (dele?).

Seus esforços eram para lembrar os dias de carnaval. Os dias em que a alegria, ainda que fosse uma mera alegoria, preenchia. Queria fazer aquela sensação voltar. O beijo anônimo. O braço dado com o desconhecido. Era o amor inventado – forjado. Mas era. Fantasia, com todos os brilhos e adereços, tornada realidade - pelo menos naqueles quatro dias.

O copo secou. Não pode se iludir: - Está meio cheio. Tudo é vazio: o copo, a alma. Tomou o vinho, ficou o torpor.

Viu a lua deitar e sol acender...

Um mal para uma criatura pálida. Ávida por sangue (vida), sedenta e impura. Sentir. Qualquer coisa ainda que. A angústia até o fim...

segunda-feira, 14 de maio de 2007

[H]á Espaços.
Por Júlia Rocha



Na pele senti. Amor. E me entreguei assim:



Na pele me dei. Dor. E me enganei assim:




Não sei em que parte de nós. Veio esse medo. E essa certeza:




Não sei, amor, que medo é esse de. Te ter em mim. Te ver aqui. Estar tão longe.

Descobri que tenho medo da felicidade. E me dou assim:







E me entrego assim:













[H]á espaços do que sou em mim .......................... pele - sentimentos - e um mundo difuso de nós.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Lucid dreams
Por Ana Luisa Lima.


Nunca pretendi vencê-lo, então, dei-me logo por vencida. Não pude apagá-lo de mim, ainda mais agora que foi tatuado do lado esquerdo. Era o único jeito... Era preciso tê-lo. Por perto. Como um satélite. Acerca. Envolto. Como o cheiro bom de todas nossas manhãs.

Voltamos às gentilezas, às cartas trocadas – com direito a desenhos coloridos nos cantos da página. Voltamos às ligações intransitivas e desesperadas – nos ligamos por motivos banais - e eu já acabei minha cota de desculpas esfarrapadas.

Voltamos aos chocolates. Ele já não me reconhece em minha magreza. Estimula o retorno de cada grama. Desde que foi embora, minhas roupas diminuíram duas medidas. Reclama que já não há tantas carnes. A saliência dos meus ossos o deprime. Ele transformou-me em outra mulher: não mais bela, sublime.

Na medida certa, voltamos aos sorrisos.

Tudo como antes: delicadamente inquieto: deliciosamente impreciso.